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Resumo simples: A Era do Aprendizado Engajado (1996-presente)

Caro leitor,
veremos agora um breve resumo do texto A Era do Aprendizado Engajado (1996-presente) que mostra o que foi a evolução do estudo de textos ao longo das décadas até os dias atuais.
Era antiga:
Antigamente, um texto era considerado aquilo que era impresso (livros, revistas, jornais, etc.) e seu estudo deveria ser focado naqueles que traziam informações que deveriam ser lidas de forma linear (o texto como único caminho possível), programada e pouco se importavam na relação que ele teria com o leitor, sentido e o autor. As atividades oriundas desses textos eram geralmente focadas no processo de alfabetização de crianças ou adultos, mas sempre focados no ensino tradicional da gramática normativa ou interpretação rasa do texto.
Foi então que perceberam outras necessidades oriundas do estudo de textos e que essas deveriam considerar fatores até então esquecidos ou deixados de lado: o leitor e suas percepções do que lê.

A Era Atual:
Engana-se quem pensa que o conceito de texto só começou a se modernizar com o advento da ‘internet’, muito pelo contrário. O primeiro conceito de hipertexto data de 1960.
  1. Hipermídia e Hipertexto: com a chegada da ‘internet’, novas opções de construção de texto surgiram, deixando-o mais dinâmicos e com muito mais informações agregadas a ele. O termo "hiper" significa "além", então entenda que uma hipermídia e um hipertexto nada mais são do que algo que vai além da mídia e além do texto (respectivamente). As mais utilizadas recentemente são as hipermídias de vídeos, áudios, filmes, etc. e os hipertextos em forma de links que orientam a leitura para outros textos relacionados na ‘web’. Por isso o conceito de não linearidade na leitura de textos assim, ou seja, você não se prende apenas a um texto e a uma forma de ler.
  2. Pesquisa motivacional: com o passar do tempo, viu-se que um texto deve também se preocupar com os fatores críticos de quem o lê. Isso inclui desde a motivação até o contexto em que o leitor está inserido. Daí por diante, viu-se o aluno como um leitor engajado ou motivado. Durante anos a leitura foi trabalhada como algo exclusivo de séries iniciais ou para adultos que estivessem com dificuldades de formação escolar, mas perceberam que, dependendo da motivação, jovens e adultos sem essas dificuldades e que já ultrapassaram a educação básica, também poderiam ser leitores de textos e para as mais diversas finalidades, não tão somente para fins escolares. O aluno deixa de ser uma tela em branco para ser pintada e passa a ser um dos agentes formadores de sua educação.
Nessa nova "era" (aprendizado engajado), o aluno passa a buscar pela compreensão para aprender com o texto, passando a usar de meios cognitivos e motivacionais para isso, fazendo com que educadores  repensem a forma com que esses alunos devem ser ensinados. Mas engana-se você, caro leitor, se pensa que o processo acaba aí. Na verdade, a alfabetização de um leitor nunca acaba e cada vez mais são necessárias mais leituras para que o leitor amadureça vários aspectos que vão desde a cognição, vocabulário e até o conhecimento sobre o que é lido. Essas necessidades tendem a se estenderem cada vez mais, saindo daquilo que é básico até leituras mais complexas. Agora o leitor é o buscador de conhecimento e não mais mero espectador no processo educativo.

Os Princípios Resultantes:

Com base na constatação de que há uma necessidade de se reavaliar o uso de textos em sala de aula e fora dela, percebeu-se que o estudo guiado por textos vai muito além do que era pregado tradicionalmente (cognitiva, estética, ou de natureza sociocultural), mas sim, deve-se considerar fatores como interesse do aluno e o contexto (significado) do texto para ele. Agora, o texto deve ter alguma relação direta ou indireta com quem o lê e isso faz com que o leitor fique motivado em ler cada vez mais.

Outro princípio que deve ser observado é que a geração atual sempre esteve envolta a tecnologia e conhecem o mundo apenas sob essa ótica. Eles, mesmo em diferentes contextos sociais, a utilizam diariamente, seja no simples ato de mexer no celular, ou ao enviar um email, ou mensagem nas redes sociais. O que resulta em novas possibilidades de textos e leituras, e faz com que o processo educativo do leitor, exija novos planejamentos e estratégias da parte dos educadores para se trabalhar com esse novo mundo que se apresenta.

Existe o conceito do leitor proficiente que aprende e desenvolve a leitura de forma a compreender cada vez mais conceitos novos e mais avançados e são capazes de formar senso crítico daquilo que foi lido.

Divergências do ponto de vista de aluno e aprendizagem:
Dentre os pesquisadores da alfabetização em textos, surgiu o que chamam de "recondicionamento" que é uma subcorrente oposta ao pensamento do conceito do aluno engajado, que é o buscador do conhecimento e que isso está atrelado a um contexto social. Isso sem mencionar que o foco dessa subcorrente está apenas nos leitores iniciantes ou problemáticos que ainda não tem conhecimento dos fundamentos da leitura e não acreditam que o processo engloba a todos e vai muito além deles.

Os Princípios Resultantes: Com base na constatação de que há uma necessidade de se reavaliar o uso de textos em sala de aula e fora dela, percebeu-se que o estudo guiado por textos vai muito além do que era pregado tradicionalmente (cognitiva, estética, ou de natureza sociocultural), mas sim, deve-se considerar fatores como interesse do aluno e o contexto (significado) do texto para ele. Agora, o texto deve ter alguma relação direta ou indireta com quem o lê e isso faz com que o leitor fique motivado em ler cada vez mais.

Outro princípio que deve ser observado é que a geração atual sempre esteve envolta a tecnologia e conhecem o mundo apenas sob essa ótica. Eles, mesmo em diferentes contextos sociais, a utilizam diariamente, seja no simples ato de mexer no celular, ou ao enviar um email, ou mensagem nas redes sociais. O que resulta em novas possibilidades de textos e leituras, e faz com que o processo educativo do leitor, exija novos planejamentos e estratégias da parte dos educadores para se trabalhar com esse novo mundo que se apresenta.

Existe o conceito do leitor proficiente que aprende e desenvolve a leitura de forma a compreender cada vez mais conceitos novos e mais avançados e são capazes de formar senso crítico daquilo que foi lido.

Divergências do ponto de vista sobre aluno engajado e aprendizagem:
Dentre os pesquisadores da alfabetização em textos, surgiu o que chamam de "recondicionamento" que é uma subcorrente oposta ao pensamento do conceito do aluno engajado, que é o buscador do conhecimento e que isso está atrelado a um contexto social. Isso sem mencionar que o foco dessa subcorrente está apenas nos leitores iniciantes ou problemáticos que ainda não tem conhecimento dos fundamentos da leitura e não acreditam que o processo engloba a todos e vai muito além deles.
Enquanto a era do aprendizado condicionada (era antiga) as práticas eram condicionadas à repetição e aplicação de testes presos a métricas avaliativas antigas que prezavam a forma, na nova era isso é tido como ultrapassado e as avaliações são pautadas na preocupação em avaliações menos mecânicas, desafiadoras e significativas.
No recondicionamento, pesquisadores ainda estudam o sistema neural de leitores para descobrir possíveis padrões detectáveis que expliquem a deficiência em leitura de alguns deles.

Os avanços nos últimos 50 anos:
Temos que lembrar que cada estudo relacionado a pesquisa de leitura sempre foi pautado no aluno e no processo, deixando em segundo plano o contexto histórico dessas pesquisas. Isso sem contar a inclinação pessoal do pesquisador em relação a esses conceitos. É de fundamental importância entender esse contexto para que novos trabalhos sujam.

Certo é que a comunidade de leitores cresce a cada nova geração e isso é motivado pelo caráter interdisciplinar que o texto tem. Resta saber quem está sendo atraído para essa comunidade e sob qual motivação o faz.

As eras de pesquisa da leitura tiveram contribuições não só da comunidade de pesquisadores, mas também de influências sociopolíticas como em épocas de transformação como o pós-guerra (geração 'baby boomers' - pessoas que nasceram nesse período da história) ou com os constantes avanços tecnológicos que vão acontecendo ao longo dos anos. O que ainda não está claro é o quanto que a comunidade de leitores sozinha consegue influenciar essa modernização diante de tantos fatores externos.
Porém, as discussões em torno do estudo e das pesquisas de leitura parecem ser algo cíclico e alguns conceitos, e estudos são repetidos à exaustão e pouco trazem de novo à cena. Muitos parecem inteiramente baseados no que já fora publicado anteriormente e sendo a mais comum a mudança de ênfase nas abordagens instrucionais de palavra inteira ou fonética.
"Outros temas recorrentes na literatura existente incluem ênfases mais individualistas ou mais
sociais, interesse variável no uso de leitores de vocabulário controlado ou literatura
"autêntica" (Rosenblatt, 1978/1994) e a valorização ou desvalorização do
conhecimento (Alexander, 1998a)."
Basicamente podemos entender que, na história da pesquisa em leitura, essas eras se diferenciam pelo foco que dão ao aluno e ao processo. Sendo que fatores fisiológicos, psicológicos e sociológicos tem pesos distintos em cada uma delas, mas não são completamente inexistentes, só muda a abordagem.
As fisiológicas se apresentam nas teorias de Skinner (estímulo) e Chomsky (línguas conectadas), bem como nos atuais estudos neurológicos voltados para a leitura.
Já as psicológicas se apresentam com os processos mentais, principalmente durante a era do Processamento de Informação.
Também houve épocas em que o estudo da pesquisa em leitura não focava nem o aluno individualmente e muito menos estruturas e seus processos mentais, mas sim o aluno em relação aos demais, ou na aprendizagem de grupos com algo em comum ou por questões geográficas.
Notoriamente houve um impacto sob o aluno e o processo de aprendizagem relacionado a abordagem escolhida em cada era, que vão desde o método aplicado até as conclusões obtidas nessas pesquisas.

Daí podemos dizer que a leitura é formada por:
  • Processos físicos: estímulos visuais até o processamento neurológico desses estímulos.
  • Processos psicológicos: interpretação, memorização de texto; a formulação de objetivos e expressão de interesses; dentre outros.
  • Procesos sociológicos: envolve comunicação intra e interindividual por meio de mídias linguísticas, elas próprias influenciadas socioculturalmente.
No mais, é preciso ter em mente que essas eras e suas teorias, mesmo que pareçam conflitantes, não são. Na verdade elas são a base de construção do conhecimento em pesquisa em leitura que se somam no surgimento de cada nova teoria, que se encarrega de expandir e trazer novos dados e modernidade a essas pesquisas. As novas pesquisas são nada mais que complementares àquelas que as precedem. Apesar disso, ainda não temos uma teoria que explique satisfatoriamente a teopria do desenvolvimento da leitura ao longo da vida do leitor.

"As barreiras para tal teoria “grandiosa” têm sido muitas, incluindo o foco contínuo na leitura precoce, especialmente fonológica e consciência fonológica; dificuldades em avaliar processos profundos e complexos; a exigência de cooperação interdisciplinar; e mais" (Alexander, 2003; Ruddell, 2002).

Por fim, uma das possíveis causas da ausência dessa teoria pode ser a simplicidade em que os estudos em leitura se dão. Repetindo várias tendências e não avançando como deveriam.


Autor: Joe Carvalho

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